EUA em alerta pela publicação do relatório sobre torturas da CIA
Os Estados Unidos querem evitar que a publicação, prevista para esta terça-feira, do relatório sobre torturas da CIA coloque em perigo suas instalações e pessoal em todo o mundo. Desde antes da prevista divulgação das partes não classificadas do relatório, embaixadas e outras representações dos EUA em outros países adotaram o que a Casa Branca qualificou como medidas “prudentes” para melhorar sua segurança.
“Há alguns indícios de que a publicação do informe pode gerar um risco maior a instalações e indivíduos norte-americanos em todo o mundo”, reconheceu na segunda-feira o porta-voz da Casa Branca, Josh Earnest. Por isso, ele disse, “o Governo tomou medidas prudentes para garantir que sejam aplicadas as precauções de segurança adequadas”.
O porta-voz militar Steve Warren assinalou: “Existe sem dúvida a possibilidade de que a divulgação do relatório gere distúrbios. Por essa razão, o Departamento de Defesa ordenou aos comandos de combate (regionais) que tomem as medidas de proteção apropriadas.”
Embora o Pentágono não tenha revelado oficialmente os tipos de medidas de precaução que ordenou, a rede CNN diz que elas incluem a colocação em estado de alerta, desde a semana passada, de até 2.000 fuzileiros navais concentrados nas bases norte-americanas de Morón, na Espanha, e Sigonella, na Itália. Estas forças já estão preparadas para formar um “contingente de resposta” na África em caso de distúrbios, segundo fontes do Pentágono adiantaram à emissora.
Também estão em alerta 2.000 fuzileiros navais estacionados no Oriente Médio e outros 2.200 a bordo de vários navios de guerra no mar Arábico e no Golfo de Aden. Estão igualmente prontos para entrar em ação para proteger embaixadas norte-americanas ameaçadas três equipes de cerca de 50 fuzileiros navais cada que atualmente estão na Espanha, Bahrein e Japão, segundo a CNN.
Contudo, mais difícil que evitar distúrbios será controlar a eventual reação de aliados regionais chaves dos Estados Unidos.
Segundo foi divulgado na sexta-feira, o secretário de Estado, John Kerry, advertiu a presidenta do Comitê de Inteligência do Senado que deve publicar o relatório, a democrata Dianne Feinstein, sobre as possíveis “complicações” que o documento desclassificado pode provocar em questões já delicadas da diplomacia norte-americana.
De acordo com a Reuters, entre essas preocupações estaria determinar como as revelações do informe vão afetar o apoio dos aliados regionais à luta contra o Estado Islâmico (EI) no Iraque e Síria ou a situação dos reféns norte-americanos em mãos de grupos terroristas como Al Qaeda ou EI.
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