sábado, 20 de dezembro de 2014

EUA em alerta pela publicação do relatório sobre torturas da CIA

EUA em alerta pela publicação do relatório sobre torturas da CIA

Os Estados Unidos querem evitar que a publicação, prevista para esta terça-feira, do relatório sobre torturas da CIA coloque em perigo suas instalações e pessoal em todo o mundo. Desde antes da prevista divulgação das partes não classificadas do relatório, embaixadas e outras representações dos EUA em outros países adotaram o que a Casa Branca qualificou como medidas “prudentes” para melhorar sua segurança.

“Há alguns indícios de que a publicação do informe pode gerar um risco maior a instalações e indivíduos norte-americanos em todo o mundo”, reconheceu na segunda-feira o porta-voz da Casa Branca, Josh Earnest. Por isso, ele disse, “o Governo tomou medidas prudentes para garantir que sejam aplicadas as precauções de segurança adequadas”.
O porta-voz militar Steve Warren assinalou: “Existe sem dúvida a possibilidade de que a divulgação do relatório gere distúrbios. Por essa razão, o Departamento de Defesa ordenou aos comandos de combate (regionais) que tomem as medidas de proteção apropriadas.”
Embora o Pentágono não tenha revelado oficialmente os tipos de medidas de precaução que ordenou, a rede CNN diz que elas incluem a colocação em estado de alerta, desde a semana passada, de até 2.000 fuzileiros navais concentrados nas bases norte-americanas de Morón, na Espanha, e Sigonella, na Itália. Estas forças já estão preparadas para formar um “contingente de resposta” na África em caso de distúrbios, segundo fontes do Pentágono adiantaram à emissora.
Também estão em alerta 2.000 fuzileiros navais estacionados no Oriente Médio e outros 2.200 a bordo de vários navios de guerra no mar Arábico e no Golfo de Aden. Estão igualmente prontos para entrar em ação para proteger embaixadas norte-americanas ameaçadas três equipes de cerca de 50 fuzileiros navais cada que atualmente estão na Espanha, Bahrein e Japão, segundo a CNN.
Contudo, mais difícil que evitar distúrbios será controlar a eventual reação de aliados regionais chaves dos Estados Unidos.
Segundo foi divulgado na sexta-feira, o secretário de Estado, John Kerry, advertiu a presidenta do Comitê de Inteligência do Senado que deve publicar o relatório, a democrata Dianne Feinstein, sobre as possíveis “complicações” que o documento desclassificado pode provocar em questões já delicadas da diplomacia norte-americana.
De acordo com a Reuters, entre essas preocupações estaria determinar como as revelações do informe vão afetar o apoio dos aliados regionais à luta contra o Estado Islâmico (EI) no Iraque e Síria ou a situação dos reféns norte-americanos em mãos de grupos terroristas como Al Qaeda ou EI.

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