Lido em Os amigos do presidente Lula
Denunciada em 2007 pelo Ministério Público Federal (MPF) no Rio de Janeiro, Cristina Maris Meinick Ribeiro (foto)
chegou a ser presa preventivamente naquele ano para evitar riscos às
investigações. Solta em setembro de 2007, foi exonerada de seu cargo. O
julgamento ocorreu em junho deste ano pelo juiz da 3ª Vara Criminal
Federal, que a condenou a quatros anos e 11 meses de prisão, além de
multa. Ribeiro recorreu da decisão. Segue em liberdade até novo
julgamento, ainda sem data marcada.A ex-funcionária da Receita foi acusada de ter desaparecido com três volumes dos processos de autuação contra a TV Globo da delegacia da Receita em Ipanema, em janeiro de 2007. A emissora foi multada, em outubro de 2006, em R$615 milhões por supostas irregularidades na compra de direitos de transmissão da Copa de 2002. Segundo os fiscais, a emissora fez manobras para não pagar R$183 milhões em Imposto de Renda.
Ainda segundo o MPF, Cristina Maris Meinick foi filmada, às 15h14 de 2 de janeiro, entrando com uma bolsa vazia na sala onde estavam os processos. Ao sair, às 17h17, carregava duas bolsas com volumes.
Crédito falso
A condenação de Cristina Maris Meinick também se deve a suposto favorecimento a mais empresas. Em 2005, a Forjas Brasileiras recebeu R$4,2 milhões em créditos tributários gerados falsamente no sistema da Receita. Com isso, a empresa poderia compensar débitos com o fisco, em vez de pagá-los.
A compensação foi “parcelada” em quatro vezes. O primeiro crédito foi lançado em 31 de agosto de 2005, mesmo dia em que a servidora, segundo o MPF, inseriu os dados no sistema. Os demais, programados para setembro.
Em janeiro de 2006, a ex-servidora teria adulterado o endereço da empresa P&P Porciúncula para dificultar as notificações do fisco à companhia, que estava respondendo a um processo. Em abril, foi a vez de a Mundial S.A. Produtos de Consumo ter créditos tributários lançados em seu nome.
Segundo a Justiça, “não consta da denúncia que a ré tenha-se locupletado economicamente dos atos criminosos por ela levados a cabo”.
O MPF pediu a quebra do sigilo de Cristina Maris Meinick, mas a Justiça negou, porque não havia na acusação indícios de que ela obteve ganhos.
A ex-funcionária responde por ao menos outras dez denúncias do Ministério Público Federal. Ela aparece ligada a supostas fraudes envolvendo mais de 70 empresas.
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