sexta-feira, 19 de dezembro de 2014

"a atividade da Otan na Europa e, em particular, na Europa do Leste aumentou"



Putin afirma que nova doutrina militar russa continuará sendo defensiva

Líder afirmou que "a atividade da Otan na Europa e, em particular, na Europa do Leste aumentou"

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, anunciou nesta sexta-feira (19) que a nova doutrina militar russa continuará sendo exclusivamente defensiva, apesar da crescente atividade da Otan no Leste Europeu após a explosão do conflito na Ucrânia.
"Apesar de tudo, nossa doutrina militar não muda. Tem, como se sabe, um caráter exclusivamente defensivo, mas defenderemos nossa segurança de maneira consequente e firme", disse Putin, citado pela imprensa local.
Em uma reunião de altos cargos do Ministério da Defesa, Putin lembrou, entre outras ameaças, o desdobramento na Europa "de um sistema escalonado de defesa antimísseis dos Estados Unidos", o que o governo russo considera uma ameaça direta a sua segurança.


Além disso, ressaltou que "a atividade da Otan na Europa e, em particular, na Europa do Leste aumentou" depois que vários países aliados, como a Polônia e os Bálticos, alertaram sobre o expansionismo da Rússia após a anexação da Crimeia em março.
"Como sempre, a Rússia defenderá de maneira apropriada seus interesses e sua soberania, buscará fortalecer a estabilidade internacional, advogará por uma segurança paritária para todos os Estados e povos", afirmou.
Segundo o chefe do Kremlin, o Exército russo assumiu "um novo aspecto" que o permitirá enfrentar as missões mais complexas e receberá mais de 50 novos mísseis intercontinentais em 2015.
"Estas forças são um importantíssimo fator de contenção do equilíbrio (de forças) global e, praticamente, excluem a possibilidade de uma agressão a grande escala contra a Rússia", analisou.
O líder russo indicou como objetivo para 2021 a completa modernização das forças nucleares terrestres e a aviação estratégica, em particular os Tu-160 e Tu-95MC, que levam cargas nucleares.
Putin negou que a Rússia se proponha a militarizar o Ártico, apesar dos planos de abrir várias bases militares na zona, como no arquipélago de Nova Zembla, o que foi denunciado por vários países com interesses na região. "Novamente, ressalto que não temos a intenção de nos dedicar à militarização do Ártico.
Nossas operações nesta região têm caráter contido e racional em sua magnitude, mas absolutamente necessárias para garantir a capacidade militar da Rússia", disse.
Um alto funcionário do Conselho de Segurança da Rússia informou nesta sexta-feira à agência oficial RIA Novosti que a nova doutrina, que será aprovada antes do fim do ano, não incluirá a possibilidade de efetuar um ataque nuclear preventivo, como tinham afirmado vários veículos de comunicação.
Segundo fontes oficiais, a nova doutrina militar russa não incluirá grandes mudanças em relação à que aprovada em 2010 e simplesmente refletirá os novos fatores da política externa surgidos nos últimos tempos.

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