sábado, 31 de janeiro de 2015

Cai por terra a versão oficial do 11 de Setembro

Cai por terra a versão oficial do 11 de Setembro

Publicado em 11 de Setembro de 2013 16:28
Torres Gémeas
Investigadores dinamarqueses afirmam terem provas de que as torres gémeas foram derrubadas pelos serviços secretos israelitas com a colaboração do FBI

Já muito se falou do ataque alegadamente terrorista de 11 de Setembro às torres gémeas do World Trade Center, surgiram teorias, e especialistas levantaram muitas questões. Mas quando o investigador Cientista Larry Silverstein encontra explosivos em destroços do World Trade Center cai por terra a ideia de que o ataque foi terrorista.
Uma equipe de oito pesquisadores liderados pelo professor Niels Harrit da Universidade de Copenhaguem (Dinamarca), comprovaram a existência de explosivos altamente tecnológicos em amostra dos escombros das torres gémeas.
Essa pesquisa vem confirmar um trabalho semelhante previamente executado pelo professor Steven Jones nos Estados Unidos.
Com esta descoberta explica-se a queda livre dos prédios num processo de demolição implosiva controlada. Os aviões não poderiam derrubar as torres gémeas devido à temperatura do combustível não ser suficiente para derreter aço.
O impacto também não pode ter afectado a estrutura no nível afirmado pelo governo americano, uma vez que o prédio foi desenhado para suportar aviões daquele tamanho. O ferro derretido na base dos prédios ficou vivo por várias semanas.
E nos três meses seguintes, fotos infravermelhas de satélites mostraram bolsões de alto calor nas três torres.
Larry Silverstein comprou o leasing do WTC entre 2000 e 2001, dois meses antes do “ataque”, tendo contratado um seguro para os prédios no valor de dois bilhões de dólares contra ataque terrorista.
Na opinião dos investigadores da Universidade de Copenhague, o ataque às torres gémeas serviu para “criar ódio contra os árabes e fomentar as guerras americanas na saga pelo petróleo e a hegemonia Israelita no Médio Oriente”.
Ainda segundo os mesmos investigadores, “existem evidências de que agentes da Mossad (serviços secretos israelitas), foram capturados no mesmo dia na posse de explosivos. Todos foram libertados pelo FBI”.
Veja o vídeo.

Militares dissidentes de Israel enfrentam lei e se recusam a ocupar Palestina

Militares dissidentes de Israel enfrentam lei e se recusam a ocupar Palestina
Ana Garralda | El Diario | Jerusalém
Em movimento surgido há mais de 30 anos, oficiais do Exército israelense que se opõem à ocupação nos territórios palestinos desafiam lei que prevê até três anos de prisão a objetores de consciência
Aos 38 anos, Avner Wishnitzer é um “refusenik”, palavra de origem russa adaptada ao hebraico que designa objetores de consciência em Israel. Cofundador e membro ativo do movimento Combatentes pela Paz, Wishnitzer fez o serviço militar obrigatório (que dura três anos para os homens e dois anos para as mulheres) e foi incorporado a uma das unidades de elite das Forças Armadas israelenses, na qual passou depois para reservista. Porém alguma coisa mudou para ele em 2004, durante a fase mais sangrenta da segunda Intifada palestina.
Foi quando decidiu assinar junto com um grupo de companheiros uma carta pública dirigida ao então primeiro-ministro, Ariel Sharon, na qual eles se negaram a continuar servindo nos territórios ocupados. “Não sou contra entrar no Exército, creio que seja uma instituição necessária, mas me oponho a continuar ocupando um território que não nos pertence”, pontua Wishnitzer no bairro Beit Hakerem de Jerusalém.
O Estado de Israel não reconhece o direito de objeção de consciência por motivos políticos – quem o faz costuma acabar preso – e apenas exime do serviço militar a população de origem árabe que consiga comprovar problemas de saúde. Até o começo deste ano, também estavam isentos os estudantes ortodoxos em uma yeshivá (escola religiosa), porém uma lei aprovada no início de 2014 acabou com essa prerrogativa.
“Eu me identifico totalmente com os 43 oficiais e soldados que enviaram outra carta ao primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, recusando-se a espionar os palestinos”, acrescenta em relação à carta pública enviada em setembro por um grupo de membros da Unidade 8.200, pertencente à Inteligência Militar do país e dedicada a realizar escutas para coletar informações sobre habitantes de Cisjordânia, Gaza, Irã e outros países do Oriente Médio.
“A ocupação já tem quase meio século de existência. Fico contente de que haja pessoas que continuem se opondo a um sistema que é antidemocrático e imoral”, continua Avner, referindo-se aos depoimentos distribuídos na imprensa por alguns signatários da carta. “Se alguém nos interessava, compilávamos dados sobre sua situação econômica ou seu estado mental. Então planejávamos que operação poderíamos realizar para convertê-lo em um colaboracionista”, escreve um deles. “Qualquer informação que pudesse permitir a extorsão de um indivíduo era considerada relevante, seja porque ele tinha certa orientação sexual, era infiel à esposa ou precisava de tratamento médico em Israel ou na Cisjordânia. Então isso era objeto de chantagem”, escreve outro soldado.
Segundo Wishnitzer, hoje especialista em história do Oriente Médio, “eles nos fazem acreditar que não temos outra escolha a não ser lutar ou fazer o que quer que seja para nos defendermos, de forma que quando acabamos uma guerra – no caso, a recente invasão de Gaza – eles já estão nos preparando para a próxima”, alfineta.
Nas últimas semanas, os meios de comunicação israelenses seguem especulando sobre a possibilidade de uma organização jihadista perpetuar algum ataque desde as Colinas de Golã, na fronteira com a Síria, ou sobre este ser um bom momento para as Forças Armadas israelenses lançarem um ataque contra o grupo libanês Hezbollah. De acordo com Wishnitzer, a esquerda israelense atravessa uma grande crise em uma sociedade cada vez mais conservadora e se revela incapaz de dar respostas aos objetivos morais e políticos do país. “Esta crise da esquerda, porém, não começou com a segunda Intifada; é muito anterior a ela”, acrescenta.
A carta da Unidade 8.200 representou um novo impulso para antigos ativistas do movimento de objeção de consciência em Israel. “Trata-se de uma nova geração, e há mais de uma década nós apoiamos aqueles que se recusam a participar da ocupação”, explica Chen Alon, um dos fundadores da Ometz Lesarev (“coragem para recusar”, em hebraico), uma iniciativa surgida em 2002 durante a segunda Intifada e promovida por soldados e oficiais do Exército. Sua insubordinação lhe custou um mês de cadeia, pouco tempo em comparação ao ano e meio ou dois anos que passaram atrás das grades os cerca de 200 dos 650 “refuseniks” que se recusaram a fazer parte das atividades militares um ano depois, em 2003, segundo relata o ativista.
Entre os objetores de consciência em Israel, existem dois grupos bem definidos. Por um lado, quem se recusa a se alistar no Exército por questões de consciência, os chamados shministim, nome em hebraico para os que cursam o último ano do Ensino Médio, convocados para se alistar com apenas 16 anos. Estes podem cumprir várias penas que podem chegar aos três anos que, por lei, dura o serviço militar para os homens. Por outro lado, há os que já se alistaram e que decidem descumprir ordens de oficiais superiores, alegando motivos como pacifismo, antimilitarismo, questões religiosas ou recusa a qualquer atividade relacionada à ocupação israelense nos territórios palestinos. A este último grupo pertencem Chen Alon e Avner Wishnitzer.
Alguns são vistos como traidores por grande parte da sociedade israelense e por quase todo o establishment político e militar. “A carta contribuiu para a campanha de deslegitimação e mentiras contra as Forças Armadas e o Estado de Israel”, comentou o ministro da Defesa, Moshe Yaalón, em relação à carta da unidade 8.200. O ministro de Assuntos Estratégicos, Yuval Steinitz, foi mais longe. “Quem organizou e promoveu a carta e esta atitude imoral deve ir para a cadeia. Se todos agíssemos assim, o Estado de Israel já teria entrado em colapso”, afirmou há alguns dias.
Chen Alon comenta as inevitáveis consequências enfrentadas pelos signatários da última objeção de consciência. “Foram expulsos da unidade, mas não do Exército. Eles têm informação confidencial muito valiosa, e isso os protege”, acrescenta o ativista. Alon menciona que muitos dos diretores das empresas israelenses mais importantes de tecnologia avançada passaram pela 8.200.
“Quem fez parte dela costuma chamar os antigos companheiros para novos postos de trabalho. Agora é certo que eles serão repudiados”, explica este professor universitário, profissão liberal à qual muitos dos “refuseniks” israelenses acabam se dedicando. Em alguns casos, eles encontram dificuldades para conseguir trabalho em outros setores, entre eles o funcionalismo público.
“Sempre soubemos que pagaríamos um preço por nossa ação, mas sempre pensamos que valia a pena”, comenta Avner Wishnitzer, acrescentando que sua recusa, como a dos membros da unidade 8.200, concentra-se nas atividades dedicadas a manter o controle sobre a Cisjordânia e Gaza, e não contra outras ameaças regionais.
Sobre este aspecto, Ishai Menuchin, do Yesh Gvul (“há um limite”, em hebraico), organização de objetores de consciência mais antiga do país, assinala que há importantes diferenças entre o que acontecia há 20 ou 30 anos e o que acontece nos dias de hoje.
“Quando começamos em 1982, aconteceu o massacre de Sabra e Chatila no Líbano. Fomos 3.500 soldados e nos negamos a participar da guerra [180 foram presos, entre eles Menachem] e centenas de milhares de pessoas se deitaram na rua pedindo paz”, comenta Menuchin.
Durante a primeira Intifada, “a cifra foi reduzida a 2.500, e 150 acabaram presos”, acrescenta. “Hoje é mais difícil”, afirma o ativista que, depois de se recusar a participar na guerra do Líbano, continuou por duas décadas servindo no Exército. “Antes você podia fazer outras coisas se continuasse no Exército. Hoje, se você se recusa a participar da ocupação, é mais complicado, porque há muitos mais recursos e efetivos que se dedicam a ela”, aponta.
“A sociedade israelense de antes não é a de agora. Não parece importar-se com a imagem deteriorada do país, como vimos durante a última ofensiva em Gaza”, pontua Menuchin. “Estamos próximos de um Estado de apartheid. Na África do Sul, em certo momento, as pessoas pensaram que não havia esperança até que um dia houve uma mudança”, comenta o ativista. “Em Israel acontecerá a mesma coisa, mas será quando a sociedade quiser, ainda que isso pareça muito longe de acontecer”, finaliza Alon.
Tradução: Mari-Jô Zilveti
Matéria original publicada no El Diario, site de notícias espanhol que cobre política, economia e sociedade.
http://operamundi.uol.com.br/…/militares+dissidentes+de+isr…
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Solidariedade

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quinta-feira, 29 de janeiro de 2015

El Gobierno de Estados Unidos ha enviado millones de dólares al denominado Estado Islámico para comprar armas,

El Gobierno de Estados Unidos ha enviado millones de dólares al denominado Estado Islámico para comprar armas, operar y reclutar jóvenes que combatan en Siria, Irak y Pakistán
Un alto mando del autodenominado grupo Estado Islámico (EI) detenido la semana pasada en Pakistán, reveló este miércoles que el grupo extremista ha recibido apoyo financiero de Estados Unidos.
Yousaf al Salafi, quien fue capturado por el servicio de inteligencia pakistaní junto a dos compañeros en una redada en la ciudad fronteriza de Lahore, confirmó lo que aseguran políticos y expertos en conflictos internacionales, y aunque la confesión del extremista no incide en la política de EE.UU., es una muestra más de lo que pretende la Administración de Barack Obama en Oriente Medio. 
teleSUR te invita a visitar el especial: Estados Unidos, guerras y mentiras
"Durante las investigaciones, Yousaf al Salafi reveló que recibió financiación llegada a través de EE.UU. para hacer operar a la organización (Estado Islámico) en Pakistán y reclutar mercenarios para luchar en Siria", informó un portavoz del servicio de inteligencia al diario The Express Tribune, citado por RusiaToday (RT).
El pasado 22 de enero, el gobierno estadounidense destinó seis millones de dólares a la “oposición” siria para financiar el programa “Siria en verde” y “aplicar proyectos de desarrollo y ayuda a los civiles en las zonas en manos de la oposición, , informó Coalición Nacional Siria (CNFROS).
Para el portavoz de la inteligencia pakistaní, que prefirió mantener oculta su identidad, la ayuda que Obama envía a la oposición siria, es distribuida al EI. Estados Unidos se esconde detrás del contingente anti-EI con el objetivo de desviar la atención pública de las evidencias sobre el financiamiento al grupo extremista.
"Washington ha condenado las actividades del Estado Islámico, pero desgraciadamente no ha sido capaz de detener la financiación a esta organización, que se está distribuyendo a través de EE.UU.", afirmó el portavoz. Agentes paquistaneses investigar se é verdade salafista Al Hafiz trabalhou durante semanas com Tayyab, líder de uma mesquita detido durante meses para recrutar jovens paquistaneses para lutar ao lado do EI na Síria.

 

Em relação ao ataque EE.UU.lleva frente no Afeganistão sob o pretexto de combater o porta-voz de segurança de rede Al-Qaeda acredita que "é semelhante ao cenário EI no Oriente Médio, onde os americanos procurar desculpas para desestabilizar o região e servir os seus próprios interesses. "

Contra extremismo islâmico, uma revolução

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No norte da Síria, curdos criam região autônoma, governam por meio de conselhos e mobilizam, contra terror do IS, exército popular com forte presença de mulheres 
Por Iskender le VerinkRoarMag | Tradução João Victor Moré Ramos

MAIS:
> A resistência dos curdos contra o IS pode ser acompanhada, quase diariamente, numapágina especial da Wikipedia (em inglês).
> Leia também, sobre o mesmo tema, crônica de Nuno Ramos de Almeida
Há semanas, a cidade curda de Kobanê, em Rojava (curdistão sírio), tem sofrido severos ataques do Estado Islâmico (IS). Os ataques começaram no dia 15 de setembro, quando milhares de combatentes  do IS, apoiados por dezenas de tanques e artilharia pesada, se dirigiram em três frentes a Kobanê. Até agora, o IS obrigou milhares de curdos sírios a se retirar de suas casas nas aldeias vizinhas e buscar refúgio em Kobanê ou do outro lado da fronteira, na Turquia.
Graças à corajosa resistência dos curda Forças de Defesa do Povo e das Mulheres (YPGe YPJ), o IS foi incapaz de entrar na cidade. O presidente do Partido da União Democrática (PYD), Salih Muslim, afirmou com muita confiança: “Eu conheço o povo de Kobanê muito bem. Algumas aldeias podem ter sido derrotadas, e retiradas em massa podem acontecer. Eles podem até fechar a cidade. Mas Kobanê nunca vai cair. Para Kobanê cair, todo mundo tem que ser morto”.
TEXTO-MEIO
Por mais terrível que pareça, pode ser isso, exatamente, o que o IS planeja. Até porque foram justamente as forças do YPG e YPJ, juntamente com guerrilheiros experientes do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), que quebraram o cerco de Sinjar no Iraque, onde milhares de Yezidis sofreram um massacre nas mãos do IS. Agora os jihadistas podem considerar o momento ideal para a vingança.
Mais preocupantes, ainda, são os relatos de possível apoio turco aos combatentes islâmicos. Mesmo que a Turquia negue categoricamente todos os vínculos com IS, coincidentemente dias antes da liberação de 49 reféns turcos, moradores turcos da região observaram a movimentação de trens, tanques e munições em áreas controladas pela IS — o que despertou a atenção dos observadores críticos da situação.
Kobanê sob ataque
Esta não é a primeira vez Kobanê sofre ataque do IS. No início de julho, depois de o IS capturar Mosul, os jihadistas usaram armas pesadas, que tomaram do exército iraquiano, para sitiar Kobanê. Depois de vários dias de combates, e centenas de baixas entre as fileiras do IS, o grupo terrorista aceitou a derrota diante das forças de defesa curdas.
De todo modo, a cidade de Kobanê é importante para ambos os lados, tanto em termos estratégicos quanto simbólicos. Situada perto da fronteira com a Turquia, a menos de duas horas de carro ao norte de Raqqa, capital do Estado Islâmico, Kobanê esteve na lista dos objetivos islâmicos por um longo tempo. Conquistar a cidade significaria dividir em duas a Rojava — região no norte da Síria predominantemente povoada pelos curdos, também conhecida como “Ocidente Curdistão” – e assegurar, em favor do IS, o importante controle sobre um trecho da fronteira com a Turquia, tornando ainda mais fácil receber suprimentos do exterior e adesão de jihadistas estrangeiros.
Além disso, a derrota anterior do IS pelas forças curdas da Síria em ambos locais, Kobanê e Sinjar, foi interpretada como um tapa na cara dos jihadistas. Especialmente, o fato de que quase um terço das milícias curdas serem constituídas por mulheres tem servido para envergonhar os islamitas radicais — que preferem ver mulheres cobertas de túnicas pretas da cabeça aos pés, ao invés de despidas de véu, independentes e empoderadas por um fuzil AK-47 em suas mãos.
O último fato importante que coloca Kobanê no topo da agenda do Estado Islâmico é o fato de que foi neste lugar que começou a Revolução Rojava em 19 de julho de 2012. Então, a cidade foi libertada das forças de Bashar Assad e tornou-se o lar de Revolução Democrática Popular. Nessa luta, os curdos da Síria declararam sua autonomia em relação ao Estado e estão em continuo trabalho de desenvolver assembleias democráticas e populares em prol do confederalismo como um meio para se governar.
O papel da Turquia
Apesar da urgente situação em Kobanê, outra questão tem dominado as manchetes dos meios de comunicação controlados pelo Estado na vizinha Turquia. Em 20 de setembro, 49 funcionários do consulado turco em Mosul foram libertados, depois de terem sido sequestrados pelo IS em 11 de junho, quando o grupo terrorista invadiu a cidade.
Nos meios de comunicação turcos, a Organização Nacional de Inteligência (MIT) e o Ministério das Relações Exteriores estão cobertos de glória por seus papéis na libertação dos reféns. Mesmo que o presidente Erdoğan pessoalmente negue qualquer especulação sobre um acordo firmado com o IS, observadores críticos questionaram as relações da Turquia com a organização terrorista e seu papel no ataque a Kobanê.
Quase não é segredo que a Turquia tem sido um defensor secreto de longa data do IS. Contudo, como um dos principais aliados dos Estados Unidos na região, o governo turco escondeu este apoio até quando o cenário tornou-se tenso no Iraque. Tanto a Turquia quanto outros membros da NATO viram inicialmente a organização islâmica como um aliado importante na guerra por procuração para derrubar o regime sírio de Assad. Nem o fato de as ações do grupo serem orientadas por um fundamentalismo extremo, semelhante ao da Al Qaeda foi suficiente para que a Turquia cortasse seus laços com IS.
Pelo contrário, parte dos milhares de combatentes estrangeiros que engrossam as fileiras da IS entrou na Síria cruzando ilegalmente a fronteira da Turquia. Há relatos de que soldados feridos do IS foram tratados em hospitais turcos, além de que o petróleo do território controlado pelo IS é contrabandeado para a Turquia e vendido, com o reconhecimento das autoridades locais, no mercado negro.
À luz dos ataques em curso sobre Kobanê, circulam rumores persistentes sobre um apoio mais direto da Turquia para o IS. A Firat News informou que um dia antes do início do ataque, em 14 de setembro, milhares de membros do IS foram levados para a fronteira em ônibus, e autorizados pelo exército turco a entrar na Síria. Um cidadão local relata: “As milícias do IS trazem pessoas e armas através da fronteira, sob supervisão do exército turco. Temos assistido isso muitas vezes. Nesta ocasião, foi um dia antes de os ataques começaram. “
Autonomia em Rojava
Por que a Turquia se preocupa com a população curda na Síria? A explicação mais provável é que a Turquia teme muito menos os próprios curdos sírios do que suas conquistas. A revolução social em Rojava tem servido como luz de esperança para milhões de curdos na região, cuja terra natal tradicional foi retalhada e dividida entre Turquia, Síria, Iraque e Irã no Acordo Sykes-Picot, de 1916.
Carta do Contrato Social, que funciona como uma Constituição para os três cantões autônomos em Rojava, deixa pouco espaço para discussão quando se trata da relação entre as pessoas e o Estado: “[A Carta] protege os direitos humanos e liberdades fundamentais e reafirma aos povos o “direito à autodeterminação“. Isto, obviamente, representa insulto e injúria para o Estado turco, que trava há décadas uma guerra de décadas contra o Partido Comunista do Curdistão (PKK). Anteriormente separatista, esta organização abandonou recentemente a luta armada e já não exige a independência para o Curdistão — mas alto grau de autonomia para os curdos que vivem dentro das fronteiras do Estado turco.
As ligações estreitas entre o PKK e o povo do Curdistão sírio vêm de longa data. Foi aqui que o fundador e atual líder do PKK, Abdullah Ocalan, procurou refúgio, no final de 1990; e foram remanescentes do PKK na Síria que fundaram o Partido de União Democrática (PYD) em 2003. Aos olhos da Turquia, o PYD nada mais é que um ramo sírio do PKK, tratado como tal.
No ano passado, quando o governo da Síria tirou suas forças de Rojava, para reforçar as tropas que sitiavam Aleppo, o PYD declarou que estava pronto para governar a região. Então, o primeiro-ministro turco Erdogan (agora presidente do país) declarou que não aceitaria a criação de uma “estrutura terrorista” na região. Ao afirmar que um enclave curdo separatista seria uma ameaça direta aos interesses e segurança da Turquia, ele acrescentou: “É nosso direito natural para intervir (no norte da Síria), pois essas formações terroristas irão perturbar nossa paz nacional”.
A estreita relação entre os curdos na Síria e na Turquia, não existe apenas na imaginação de Erdoğan: é parte muito importante das realidades cotidianas das populações que vivem na região. As fronteiras arbitrárias desenhadas nos primeiros anos do século 20 dividiram tribos e famílias, que de repente viram-se vivendo em lados diferentes das fronteiras nacionais recém-criadas. No entanto, devido ao difícil acesso às regiões montanhosas da fronteira, os curdos locais, com conhecimento íntimo das vias secretas para além da fronteira, continuaram a viver suas vidas onde enxergavam o Curdistão.
Por estas razões, os curdos do sudoeste da Turquia ainda sentem-se intimamente ligados a seus parentes no norte da Síria. A solidariedade entre os dois grupos já era evidente, quando centenas de homens e mulheres jovens cruzaram a fronteira para a Síria, há dois meses, durante o primeiro ataque do IS em Kobanê. O mesmo processo repetiu-se nos últimos dias.
Para auxiliar a resistência, Öcalan apelou ao povo curdo para iniciar uma mobilização em massa contra o IS: “Em relação aos ataques do IS, todos os nossos povos devem moldar sua vidas de acordo com a guerra que se intensificou no Curdistão, neste exato momento. Não só a população de Rojava mas também os moradores do Norte e de outras partes do Curdistão devem agir em conformidade”, disse ele.
Ativistas curdos que protestaram na fronteira, contra a suspeita de envolvimento turco com os eventos em Kobanê, foram atacados por forças de segurança com canhões de água e gás lacrimogêneo.
Apoiar os curdos
Embora o avanço do IS tenha sido refreado, ou mesmo interrompido em várias frentes pelas forças do YPG / YPJ, Kobanê e o resto de Rojava ainda estão sob ameaça iminente de serem massacrados pelos combatentes islâmicos radicais. Os recentes bombardeios praticados pelos EUA e seus aliados posicionados na Síria pode oferecer algum alívio àqueles que defendem a cidade, especialmente após os ataques aéreos durante a noite, aparentemente realizados pelo IS nas proximidades do território de Kobanê. Mas o que realmente os curdos precisam agora é o reconhecimento internacional de sua posição única como uma entidade autônoma, bem como fontes de financiamento e armas em seu apoio.
Enquanto a comunidade internacional permanecer em silêncio sobre o suspeito apoio da Turquia ao IS, só aumentará sua cumplicidade com crimes cometidos contra o povo curdo. O avanço do IS não pode ser interrompido por meio de ataques aéreos e condenações diplomáticas. Pelo contrário, faz-se necessário cortar seus vínculos fundamentais de articulação (isto é o afluxo de novos recrutas e apoio financeiro de material a partir de países da região), e derrotá-lo militarmente. Em ambos os casos, a Turquia e os curdos terão um papel fundamental a desempenhar. A Turquia precisa encerrar qualquer tipo de apoio velado ao IS. Os curdos precisam estar armados e apoiados, pois só assim conseguirão enfrentar as as forças extremistas que espalham o terror no Oriente Médio.

El Estado Islámico amenaza con decapitar a Barack Obama

.http://actualidad.rt.com/actualidad/view/145628-estado-islamico-decapitaciones-insultos-alaEm um vídeo de propaganda, o Estado islâmico ameaçou decapitar presidente dos EUA, Barack Obama, na Casa Branca e transformar os Estados Unidos em um país muçulmano.
"Este é o destino de quem se opõe à Islam. Você deve saber, Obama, vamos para os EUA e vamos decapitá-lo na Casa Branca e transformar a América em um estado muçulmano" diz um membro da EI, relata o The Independent.

Na gravação, intitulada "O bombardeio de muçulmanos pacíficos na cidade de Mosul," um Estado islâmico lutador mascarado ameaça para lançar ataques contra os EUA, França, Bélgica e os curdos antes degolados na câmera a um soldado curdo .

O membro do grupo extremista afirma que os seguidores de EI irá realizar ataques terroristas em países europeus e explosivo com carro-bomba.

quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

Wikileaks tira máscara da mídia brasileira e comprova: estão a serviço dos EUA


Aconteceu o que já era de conhecimento dos menos desavisados. A grande imprensa brasileira foi finalmente desnudada, com tudo comprovado em documentos oficiais e sigilosos. Quem ainda tinha motivos para outorgar credibilidade à estes veículos e seus jornalistas, não tem mais

William-Waack-Globo
William Waack, da Globo, aparece nos documentos secretos
Novos documentos vazados pela organização WikiLeaks trazem à tona detalhes e provas da estreita relação do USA com o monopólio dos meios de comunicação no Brasil semicolonial.
Um despacho diplomático de 2005, por exemplo, assinado pelo então cônsul de São Paulo, Patrick Dennis Duddy, narra o encontro em Porto Alegre do então embaixador John Danilovich com representantes do grupo RBS, descrito como “o maior grupo regional de comunicação da América Latina“, ligado às organizações Globo.
O encontro é descrito como “um almoço ‘off the record’ [cujo teor da conversa não pode ser divulgado], e uma nota complementar do despacho diz: “Nós temos tradicionalmente tido acesso e relações excelentes com o grupo”.
Outro despacho diplomático datado de 2005 descreve um encontro entre Danilovich e Abraham Goldstein, líder judeu de São Paulo, no qual a conversa girou em torno de uma campanha de imprensa pró-sionista no monopólio da imprensa no Brasil que antecedesse a Cúpula América do Sul-Países Árabes daquele ano, no que o jornalão O Estado de S.Paulo se prontificou a ajudar, prometendo uma cobertura “positiva” para Israel.
Leia mais:
Wikileaks revela gravíssima sabotagem dos EUA contra Brasil com aval de FHC
Caso Assange: como o fundador do Wikileaks poderia sair de Londres?
Revista Veja morre de medo da força da internet; entenda
Os documentos revelados pelo WikiLeaks mostram ainda que nomes proeminentes do monopólio da imprensa são sistematicamente convocados por diplomatas ianques para lhes passar informações sobre a política partidária e o cenário econômico da semicolônia ou para ouvir recomendações.
Um deles é o jornalista William Waack, apresentador de telejornais e de programas de entrevistas das Organizações Globo. Os despachos diplomáticos enviados a Washington pelas representações consulares ianques no Brasil citam três encontros de Waack com emissários da administração do USA. O primeiro deles foi em abril de 2008 (junto com outros jornalistas) com o almirante Philip Cullom, que estava no Brasil para acompanhar exercícios conjuntos entre as marinhas do USA, do Brasil e da Argentina.
O segundo encontro aconteceu em 2009, quando Waack foi chamado para dar informações sobre as conformações das facções partidárias visando o processo eleitoral de 2010. O terceiro foi em 2010, com o atual embaixador ianque, Thomas Shannon, quando o jornalista novamente abasteceu os ianques com informações detalhadas sobre os então candidatos a gerente da semicolônia Brasil.
Outro nome proeminente muito requisitado pelos ianques é do jornalista Carlos Eduardo Lins da Silva, d’A Folha de S.Paulo. Os documentos revelados pelo WikiLeaks dão conta de quatro participações do jornalista (ou “ex-jornalista e consultor político”, como é descrito) em reuniões de brasileiros com representantes da administração ianque: um membro do Departamento de Estado, um senador, o cônsul-geral no Brasil e um secretário para assuntos do hemisfério ocidental. Na pauta, o repasse de informações sobre os partidos eleitoreiros no Brasil e sobre a exploração de petróleo na camada pré-sal.
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Cai também a máscara de Fernando Rodrigues, da Folha.
Fernando Rodrigues, repórter especial de política da Folha de S.Paulo, chegou a dar explicações aos ianques sobre o funcionamento do Tribunal de Contas da União.
Outro assunto que veio à tona com documentos revelados pelo WikiLeaks são os interesses do imperialismo ianque no estado brasileiro do Piauí.
Um documento datado de 2 de fevereiro de 2010 mostra que representantes do USA participaram de uma conferência organizada pelo governador do Piauí, Wellington Dias (PT), na capital Teresina, a fim de requisitar a implementação de obras de infra-estrutura que poderiam favorecer a exploração pelos monopólios ianques das imensas riquezas em matérias-primas do segundo estado mais pobre do Nordeste.
A representante do WikiLeaks no Brasil, a jornalista Natália Viana, adiantou que a organização divulgará em breve milhares de documentos inéditos da diplomacia ianque sobre o Brasil produzidos durante o gerenciamento Lula, incluindo alguns que desnudam a estreita relação do USA com o treinamento do aparato repressivo do velho Estado brasileiro. A ver.

Brasil em Cuba

Um ano após inauguração, Porto de Mariel satisfaz aposta estratégica do Brasil em Cuba


Nos últimos meses, investimento brasileiro de quase R$ 1 bi na instalação cubana se justificou com reaproximação entre governo cubano e Estados Unidos 
Atualizada às 15h50

Em um ensolarado dia 27 de janeiro de 2014, a presidente do Brasil, Dilma Rousseff, e seu homólogo cubano, Raúl Castro, cortaram juntos e com a mesma tesoura a fita de inauguração do Porto de Mariel. O ato simbólico foi celebrado por uns, mas visto por outros como uma decisão adotada por questões ideológicas pelo governo brasileiro. Meses se passaram e a aposta estratégica passou a ser encarada com outros olhos após a reaproximação entre Washington e Havana.

Situado a menos de 200 quilômetros da Flórida, Mariel é atualmente o porto mais próximo do território norte-americano. Embora o local só tenha aparecido nos holofotes da imprensa internacional nos últimos anos, a cidade cubana desempenhou papel central na história moderna da ilha caribenha. Durante a crise dos mísseis de 1962, por exemplo, Mariel foi o estacionamento escolhido pelos russos para descarga de ogivas nucleares. Anos depois, em 1980, a região do porto foi foco de um êxodo de 120 mil cubanos que fugiram de balsa para os EUA, uma das principais ondas migratórias entre os dois países.

Ismael Francisco/ Cubadebate

Dilma e Raúl em 2014: BNDES destinou uma verba de mais de US$ 800 milhões para financiamento das obras do porto cubano


Motivos não faltam para o interesse brasileiro no local. Em primeiro lugar, Cuba é um país de 11 milhões de habitantes que importa mais de 80% dos alimentos que consome. Estimativas do Conselho Comercial Econômico Cuba-Estados Unidos também apontam que as importações de alimentos custem cerca de US$ 2 bilhões por ano ao governo de Raúl Castro.
Leia também: 'Não confio na política dos EUA', diz Fidel Castro pela 1ª vez após reaproximação dos países

Vale ressaltar, ainda, que as exportações brasileiras para a ilha quadruplicaram a US$ 450 milhões na última década, elevando o Brasil ao terceiro lugar na lista de parceiros da ilha, atrás apenas de Venezuela e China. Ou seja, um mercado interessante para sua vizinhança latino-americana, um potencial para exploração de empresas brasileiras que não têm – por enquanto – um rival do peso como os norte-americanos, por conta do embargo econômico imposto há mais de 50 anos por Washington.

No entanto, para Arturo López Levy, professor do Centro de Estudos Globais da Universidade de Nova York (NYU), mesmo com a expectativa de que o embargo caia nos próximos anos, isso não implicaria uma perda de influência brasileira. “Mais do que China e Rússia, o Brasil é a potência emergente na qual Cuba mais tem confiança”, define Levy, em entrevista a Opera Mundi por telefone.

Para o especialista, que nasceu na cidade cubana de Santa Clara, mas trabalha na academia norte-americana desde 2001, o porto de Mariel é a aposta estratégica mais importante do hemisfério neste momento. “O Brasil quer acompanhar a transição da economia de mercado cubana e o investimento em Mariel presume também a modernização do canal do Panamá e uma possível construção de um canal na Nicarágua, já que implica o aumento do fluxo de mercados no Caribe. É um local muito estratégico”, explica.

Vanguarda brasileira 

Durante os dois mandatos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (2003-2010), o governo brasileiro desenvolveu uma série de estratégias na América Central para se aproveitar do momento em que a ilha caribenha abrisse a sua economia, contou a Opera Mundi Welber Barral, secretário de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento entre 2007 e 2011, em 17 de dezembro de 2014, dia em que foi anunciada a reaproximação entre os governos norte-americano e cubano.

“O Brasil queria estar na frente e ter importante posição de vanguarda na hora que começasse uma abertura maior da economia cubana. A reaproximação dos EUA é mais um passo nesse sentido, mas deve se dar de forma paulatina”, declarou à época Barral, que também é conselheiro da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) e professor no Instituto Rio Branco.

Ismael Francisco/ Cubadebate

Mariel é uma zona econômica especial, isto é,uma área de livre comércio que tem como objetivo atrair o investimento estrangeiro para Cuba

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“Por volta de 2008 foram feitas várias avaliações, inclusive pelo Itamaraty, sobre uma paulatina abertura cubana”, recorda Barral. “A adesão norte-americana não esperávamos tão cedo, mas havia, sim, uma expectativa do Brasil de participar da economia cubana naquele momento”, acrescenta.

Socialismo encontra capitalismo 

Desde 2006, quando Raúl Castro assumiu a Presidência cubana de forma interina, a ilha passou a empreender uma série de reformas para flexibilizar e modernizar a economia local, chegando ao seu clímax com a inauguração de Mariel.

O porto cubano ainda apresenta outros benefícios próprios: além de ter grande profundidade e ser capaz de recepcionar navios maiores que a maioria das instalações portuárias do Caribe, Mariel foi formulado como uma zona econômica especial a apenas 45 quilômetros da capital, Havana.

Isso significa que o local tem uma legislação e regulamentação própria do investimento estrangeiro, fora da rigidez do sistema socialista cubano. “O objetivo da zona especial é o uso dessa área para desenvolver novas práticas econômicas. Servirá como um motor para dinamizar reformas econômicas cubanas”, sintetiza o professor da NYU.

Grosso modo, a zona especial cubana é uma área de livre comércio que tem como objetivo atrair o investimento estrangeiro para a ilha, com instalações modernas e incentivos fiscais favoráveis ao mercado. Em comparação com o resto da ilha, as empresas terão de enfrentar menos restrições à contratação, além de encargos fiscais mais baixos.

Divulgação

Mariel é o porto caribenho mais próximo da Flórida, a menos de 200 km de solo norte-americano


Para o governo cubano, é uma saída também para expandir a infraestrutura da ilha, aumentar as exportações e desenvolver projetos de alta tecnologia que vão criar empregos. "A zona é destinada a criar um clima especial, onde o capital estrangeiro vai ter melhores condições do que no resto do país", explicou o ministro do Comércio e do Investimento Estrangeiro de Cuba, Rodrigo Malmierca, durante uma visita em setembro passado, a Pequim.

A posição logística privilegiada não foi alvo apenas de investimentos brasileiros (o BNDES destinou uma verba de mais de US$ 800 milhões para financiamento), mas também de chineses e de outros países asiáticos. Embora a Odebrecht seja a responsável pela construção, o porto é operado pela empresa PSA International, de Cingapura.

Este projeto foi inspirado nos moldes chineses e vietnamitas implementados décadas atrás, embora ainda não se saiba ainda quais serão as consequências a longo prazo da abertura econômica cubana, com a reaproximação diplomática norte-americana. Se Cuba tomar a mesma direção que outros “Tigres Asiáticos” tomaram no passado, tudo dependerá em grande medida do investimento internacional injetado à ilha liderada pelos irmãos Castro. O que se sabe – por ora – é que o Brasil saiu na frente.

terça-feira, 27 de janeiro de 2015

A Bolívia de Evo: indigenismo e marxismo contemporâneo Emir Sader

A Bolívia de Evo: indigenismo e marxismo contemporâneo
Emir Sader

Da Rede Brasil Atual

A Bolívia frequentava as piores listas entre os países do continente: entre os mais pobres, junto com Honduras e Haiti; entre os de maior instabilidade institucional, com cifras aterradas de golpes ao longo de toda sua vida política.

Não é sem desassombro que a América Latina assiste à terceira posse consecutiva de Evo Morales no país, que governará pelo menos até 2020, constituindo-se no presidente de mais longo mandato em democracia na Bolívia. Venceu, de novo, no primeiro turno, desta vez com 200 mil votos a mais do que em 2009, derrotando velhos líderes políticos da direita boliviana.

Desta vez, além de tudo venceu eu Santa Cruz de la Sierra e em Pando, territórios por excelência da direita boliviana, desde onde chegaram a reivindicar o separatismo da região antes chamada de meia lua. E teve maioria absoluta no Congresso.

Quem acompanha de perto o processo boliviano desde mesmo antes da primeira eleição de Evo Morales, em dezembro de 2005, não tem por que se surpreender. Sua eleição era a resultante de um longo processo de acumulação de forças, desde a guerra da água, em 2000, – para evitar que uma empresa francesa privatizasse as fontes de agua do pais –, passando pela guerra do gás, em 2002, até chegar ao processo eleitoral de 2005.

Evo teve a sabedoria de chamar para ser seu candidato a vice a Alvaro Garcia Linera, que já despontava como o mais importante intelectual latino-americano. Entre suas obras teóricas notáveis, Linera teve uma em que fazia a crítica do economismo da esquerda tradicional, que desconhecia as raízes indígenas da maioria da população boliviana, buscando reduzi-la, por seu trabalho com a terra, a camponeses.

Linera retomava a tradição de Mariategui, reatualizando o indigenismo e retomando-o dentro de um marxismo contemporâneo. Esse casamento perfeito foi um dos fatores de sucesso de Evo, já na campanha eleitoral, mas essencialmente ao longo dos seus mandatos como presidente.

Como diz o próprio Evo, a direita estava preparada para que ele fracassasse e, em prazo curto, que não conseguisse responder aos desafios da complexa realidade boliviana, que havia feito com que houvessem desfilado pela presidência do país cinco presidentes em cinco anos, de 2000 a 2005. Hasta que os movimentos indígenas e populares em geral resolveram disputar a hegemonia na sociedade – em vez de outros, que ficaram prisioneiros da “autonomia dos movimentos sociais” e se esvaziaram.

De forma similar à trajetória dos movimentos populares equatorianos, se constituiu na Bolívia um partido apoiado nos movimentos sociais – o MAS, Movimento ao Socialismo –, que lançou a dupla Evo-Alvaro e venceu as eleições de dezembro de 2005, com maioria de votos, no primeiro turno.

A plataforma deles se centrava na refundação do Estado para incorporar as comunidades indígenas em um Estado Plurinacional, a nacionalização dos recursos naturais básicos da economia boliviana – gás e petróleo – e a reforma agrária. Passando por várias circunstâncias, entre as quais as tentativas de golpe separatista de estados da região ocidental do país, se pode dizer que o governo de Evo Morales cumpriu rigorosamente com suas promessas, respondeu aos desafios e avançou de forma notável, constituindo-se num dos casos mais notáveis de sucesso dos governos pós-neoliberais na América Latina.

A situação social do país teve, pela primeira vez na sua história, melhorias extraordinárias, a economia segue expandindo-se a ritmos acelerados, apesar da recessão mundial, o Estado incorpora as comunidades indígenas e a toda uma nova geração de dirigentes de origem indígena, o país avança para a exploração de novos recursos, industrializados, que apontam para um futuro muito distinto do que foi tradicionalmente o da Bolívia.

A Bolívia de Evo é uma prova mais de como, quando o povo se une, encontra líderes que saibam conduzi-lo e aponta caminhos de superação do neoliberalismo e de todas as formas de mercantilização e de exploração ilimitada dos trabalhadores, quando reencontra seu destino nacional e os processos de integração latino-americana, triunfa e avança, como faz esse querido e até aqui tão sofrido povo latino-americano.

http://www.sul21.com.br/jornal/a-bolivia-de-evo-indigenismo-e-marxismo-contemporaneo/?utm_source=dlvr.it&utm_medium=twitter
A Bolívia de Evo: indigenismo e marxismo contemporâneo
Emir Sader
Da Rede Brasil Atual
A Bolívia frequentava as piores listas entre os países do continente: entre os mais pobres, junto com Honduras e Haiti; entre os de maior instabilidade institucional, com cifras aterradas de golpes ao longo de toda sua vida política.
Não é sem desassombro que a América Latina assiste à terceira posse consecutiva de Evo Morales no país, que governará pelo menos até 2020, constituindo-se no presidente de mais longo mandato em democracia na Bolívia. Venceu, de novo, no primeiro turno, desta vez com 200 mil votos a mais do que em 2009, derrotando velhos líderes políticos da direita boliviana.
Desta vez, além de tudo venceu eu Santa Cruz de la Sierra e em Pando, territórios por excelência da direita boliviana, desde onde chegaram a reivindicar o separatismo da região antes chamada de meia lua. E teve maioria absoluta no Congresso.
Quem acompanha de perto o processo boliviano desde mesmo antes da primeira eleição de Evo Morales, em dezembro de 2005, não tem por que se surpreender. Sua eleição era a resultante de um longo processo de acumulação de forças, desde a guerra da água, em 2000, – para evitar que uma empresa francesa privatizasse as fontes de agua do pais –, passando pela guerra do gás, em 2002, até chegar ao processo eleitoral de 2005.
Evo teve a sabedoria de chamar para ser seu candidato a vice a Alvaro Garcia Linera, que já despontava como o mais importante intelectual latino-americano. Entre suas obras teóricas notáveis, Linera teve uma em que fazia a crítica do economismo da esquerda tradicional, que desconhecia as raízes indígenas da maioria da população boliviana, buscando reduzi-la, por seu trabalho com a terra, a camponeses.
Linera retomava a tradição de Mariategui, reatualizando o indigenismo e retomando-o dentro de um marxismo contemporâneo. Esse casamento perfeito foi um dos fatores de sucesso de Evo, já na campanha eleitoral, mas essencialmente ao longo dos seus mandatos como presidente.
Como diz o próprio Evo, a direita estava preparada para que ele fracassasse e, em prazo curto, que não conseguisse responder aos desafios da complexa realidade boliviana, que havia feito com que houvessem desfilado pela presidência do país cinco presidentes em cinco anos, de 2000 a 2005. Hasta que os movimentos indígenas e populares em geral resolveram disputar a hegemonia na sociedade – em vez de outros, que ficaram prisioneiros da “autonomia dos movimentos sociais” e se esvaziaram.
De forma similar à trajetória dos movimentos populares equatorianos, se constituiu na Bolívia um partido apoiado nos movimentos sociais – o MAS, Movimento ao Socialismo –, que lançou a dupla Evo-Alvaro e venceu as eleições de dezembro de 2005, com maioria de votos, no primeiro turno.
A plataforma deles se centrava na refundação do Estado para incorporar as comunidades indígenas em um Estado Plurinacional, a nacionalização dos recursos naturais básicos da economia boliviana – gás e petróleo – e a reforma agrária. Passando por várias circunstâncias, entre as quais as tentativas de golpe separatista de estados da região ocidental do país, se pode dizer que o governo de Evo Morales cumpriu rigorosamente com suas promessas, respondeu aos desafios e avançou de forma notável, constituindo-se num dos casos mais notáveis de sucesso dos governos pós-neoliberais na América Latina.
A situação social do país teve, pela primeira vez na sua história, melhorias extraordinárias, a economia segue expandindo-se a ritmos acelerados, apesar da recessão mundial, o Estado incorpora as comunidades indígenas e a toda uma nova geração de dirigentes de origem indígena, o país avança para a exploração de novos recursos, industrializados, que apontam para um futuro muito distinto do que foi tradicionalmente o da Bolívia.
A Bolívia de Evo é uma prova mais de como, quando o povo se une, encontra líderes que saibam conduzi-lo e aponta caminhos de superação do neoliberalismo e de todas as formas de mercantilização e de exploração ilimitada dos trabalhadores, quando reencontra seu destino nacional e os processos de integração latino-americana, triunfa e avança, como faz esse querido e até aqui tão sofrido povo latino-americano.
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