O presidente francês, François Hollande, admitiu hoje pela primeira
vez, a entrega de armamento do seu país aos grupos que ao longo de três
anos tem tentado derrubar o legítimo governo sírio.
Em uma extensa entrevista ao jornal Le Monde, Hollande disse que o
armamento estava dirigido a apoiar o que ele chamou de “oposição
democrática” e, segundo ele, os materiais doados cumprem os
“compromissos europeus.”
Enquanto o Ocidente tenta separar os chamados “moderados” de grupos
terroristas, outros países têm alertado para a impossibilidade de fazer
essa diferença, porque seus membros mudam frequentemente de lado,
dependendo da remuneração recebida.
Sem citar nomes, esta semana o governo de Damasco criticou alguns
países que pretendem “combater o terrorismo”, quando na verdade o
patrocinam.
Em suas declarações ao jornal Le Monde, o presidente francês também
se referiu à situação no Iraque e disse que a França e os EUA são os
únicos que estão armando os curdos para enfrentar os extremistas do
chamado Estado Islâmico (EI) no norte desse território.
Segundo Hollande, a entrega de armamento está sendo feita “com o
consentimento das autoridades de Bagdá para que não haja nenhuma dúvida
sobre o uso desses meios.”
De acordo com o presidente francês, a ameaça de EI é pior do que a Al-Qaeda em 2001.
“Diante de um estado quase terrorista, não podemos mais manter a
discussão tradicional de intervenção ou não intervenção. Devemos
considerar uma estratégia global”, disse o presidente.
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