quinta-feira, 8 de janeiro de 2015

PT na Câmara




CABECAPTNACAMARA-2013
PT NA CÂMARA 5528 (Quinta-feira, 8 de janeiro de 2015)
 
 


Mobilização popular será contraponto fundamental a Congresso conservador, diz Vicentinho
Em balanço sobre o recente momento político, o líder do PT na Câmara, deputado Vicentinho (SP), fala sobre reforma política, conquistas de 2014, eleições, manifestações e risco de retrocessos. Ele também faz um alerta: “Como o Congresso ficará mais conservador, é preciso ter o povo mais mobilizado”.
Acerca do acirramento de opiniões tão evidenciado nos últimos meses, o líder petista diz identificar “um ódio acumulado e incompreensível que a elite, por meio dos veículos de comunicação, tenta estimular cada vez mais”. Porém, Vicentinho não se considera surpreso com esse fato: “a grande mídia sempre nos atacou e nós sempre ganhamos como recentemente ocorreu”.
A saída, segundo Vicentinho, é investir na formação da juventude, na organização por local de trabalho, de moradia e por segmentos sociais. Acompanhe a seguir a entrevista.
No dia dois de janeiro de 2014, a Liderança do PT na Câmara publicou em seu Facebook: “O PT apoia a proposta de plebiscito popular – Reforma Política já!”. Em 2014, a sociedade incorporou a importância desse debate?
Vicentinho: A reforma política ganhou peso quando a própria presidenta Dilma propôs a ideia do plebiscito. O PMDB propôs um referendo. Ficamos nessa divergência. Agora observe que as manifestações de junho (2013) não trouxeram consequências positivas para o Parlamento. Foram eleitos muito mais conservadores, trabalhadores trocados por empresários, trabalhadores rurais trocados por grandes fazendeiros e assim por diante. Mesmo assim, esse movimento nos alertou para a necessidade de uma reforma política. O que ficou claro é que, no Congresso, com essa composição que se encerra, foi mpossível realizar uma reforma.
E para a próxima legislatura?
Vicentinho: Tudo indica que será pior. A não ser que o povo pressione, vá para as ruas, venha para o Parlamento. Como o Congresso ficará mais conservador é preciso ter o povo mais mobilizado. As organizações da sociedade civil cumprirão um papel primordial nesse processo. O Supremo Tribunal Federal praticamente já definiu sobre o fim do financiamento privado em campanhas eleitorais, e o ministro tucano Gilmar Mendes pediu vistas e não devolve o processo. Esse é um exemplo das dificuldades de uma reforma política que só acontecerá para o bem do Brasil com a participação do povo.
Mesmo em ano eleitoral e de Copa do Mundo no Brasil, o Congresso aprovou medidas importantes, como o Marco Civil da Internet, Novo Código Civil, o PNE e o sistema de Cotas. Na avaliação do senhor, a Bancada do PT foi vitoriosa nesses temas?
Vicentinho: Sim. A nossa bancada sempre foi muito coesa. Se existe uma bancada que atua por ideologia, que atua unida, essa bancada é a nossa. Por isso, votar a PEC do Trabalho Escravo, votar direitos das domésticas, o marco civil da internet e projetos que propiciam a participação popular e estimulam a distribuição de renda com prioridade para a educação só foi possível graças ao protagonismo da Bancada do PT.
O que ficou faltando?
Vicentinho: As 40 horas semanais. Eu particularmente lutei muito para votar. O tema foi debatido em Comissão Geral, mas não conseguimos avançar.
Mas a bancada também conseguiu evitar retrocessos em temas importantes...
Vicentinho: Sim. Com muita garra, a bancada sempre esteve muito vigilante para impedir, por exemplo, a aprovação do projeto de lei 4330/04, do deputado Sandro Mabel (PMDB), que legaliza a precarização das relações de trabalho. E também continuamos na luta para impedir a aprovação da PEC 215/00, que é uma ameaça à vida da comunidade indígena.
Na opinião do senhor, o que levou muitos brasileiros a acirrem nos últimos tempos o debate de ideias e a manifestarem posturas de ódio e preconceito?
Vicentinho: Eu acho que a elite não engole as duas eleições de Lula e as duas eleições de Dilma. Existe sim um preconceito de classe estimulado por essa elite. Vou dar um exemplo, em abril, eu vinha de São Paulo para Brasília, o aeroporto estava bonito, com grande movimentação e ao meu lado uma senhora nervosa que dizia: “isso aqui mais parece uma rodoviária”. Por trás dessa frase, percebi um preconceito, mas permaneci calado. Em seguida, ela falou: “já pensou quando chegar a Copa?”. Mesmo já sabendo que a Copa seria o sucesso que foi, permaneci calado. Daí ela disse: “tudo culpa da Dilma”. Só então eu falei: “a senhora está certa, é tudo culpa do Lula e da Dilma, não fossem eles só gente rica andaria de avião”. Aproveitei para lembrá-la que graças ao Lula e à Dilma o País hoje está em outro patamar, o povo tem maior poder de compra, tem mais emprego e mais oportunidade de educação, moradia, política agrária, políticas que tiveram como consequência mais de 30 milhões de brasileiros fora da miséria. Então, existe um sentimento na sociedade de inveja, de preconceito de classe, porque não se aceita que o povo pobre tenha ascensão, que o povo negro tenha igualdade de oportunidades. Mas, graças a Deus, a maioria do povo não pensa assim, a maioria do povo tem um sentimento solidário e a maioria do povo reelegeu a Dilma para continuar as mudanças de que o Brasil precisa.
Em abril do ano passado, as bancadas do PT na Câmara e no Senado apresentaram proposta para investigar ao mesmo tempo denuncias envolvendo a Petrobras, o escândalo do Metrô de São Paulo e a construção do porto de Suape em Pernambuco. O que aconteceu? A indignação ficou seletiva com o processo eleitoral?
Vicentinho: Eu não diria indignação seletiva. O que existe é um ódio acumulado e incompreensível que a elite, por meio dos veículos de comunicação, tenta estimular cada vez mais. Tanto é que aconteceu o chamado mensalão tucano em Minas Gerais, antes da ação penal 470, e esse escândalo não foi julgado até hoje e pouco foi noticiado. Aconteceu o caso gritante de um helicóptero carregado com 450 quilos de pasta de cocaína pertencente a um político famoso alinhado com o PSDB de Aécio e ninguém falou nada. Fosse um petista com 50 gramas de maconha imagine as manchetes que seriam produzidas. Veja que mesmo no caso da Petrobras que nós queremos a apuração rigorosa, os nomes do PSDB e de outros partidos são escondidos. Os grandes jornais não falam, não citam e não informam corretamente. Observe o que aconteceu com o caso do metrô paulista. Um vexame. A Siemens denunciou na Alemanha a corrupção, e a mídia brasileira faz que não viu, e em alguns casos ainda trata os suspeitos do PSDB como vítimas. Então, existe uma ação seletiva e organizada que trabalha todo o tempo para desqualificar o PT.
Qual o balanço geral que o senhor faz do resultado eleitoral e quais as principais lições que as urnas trouxeram em 2014?
Vicentinho: Não devemos fechar os olhos para os recados dados pelo povo. A grande mídia sempre nos atacou e nós sempre ganhamos como recentemente ocorreu. No entanto, é preciso repensar a relação do partido com a população. Em minha opinião, é preciso investir na formação da juventude, investir na organização por local de trabalho, de moradia, por segmentos sociais. São condições fundamentais para estarmos junto com o povo, fortalecendo suas ações e fazer com que o grito do povo seja ouvido no Parlamento, no Poder Executivo e no Judiciário. 
Rui Falcão: Ajuste fiscal vai refletir projeto vencedor nas urnas
Após encontro com o ministro da Secretaria de Relações Institucionais da Presidência, Pepe Vargas, na terça-feira (7), o presidente do Partido dos Trabalhadores, Rui Falcão, afirmou que o ajuste fiscal a ser realizado pelo governo federal vai preservar os direitos sociais.
“Seja qual for o ajuste, ele se fará sem sacrifícios a direitos, sem prejudicar o emprego, sem arrochar salários”, afirmou Rui em entrevista ao jornal O Globo. “O ajuste é necessário pelo quadro econômico que vocês conhecem e pelo impacto da crise econômica no País”, disse.
Rui Falcão destacou que “todos os ministros estão vinculados a um programa de governo que foi vitorioso nas urnas e à orientação da presidente da República”. Para o dirigente, não houve nenhuma discrepância entre o discurso e o que foi colocado em prática.
Empregos – O presidente do PT destacou ainda que o partido cobrará a manutenção dos empregos de empresas beneficiadas com desoneração de impostos pelo governo federal, caso das montadoras de automóveis.
“A preservação do emprego, especialmente em empresas que tiveram algum tipo de desoneração, é uma coisa que nós vamos defender”, disse. Falcão também afirmou que não há descontentamento do partido em relação ao novo ministério de Dilma.
“Não achamos que o ministério é montado de acordo com tendências do PT. A presidente escolheu os ministros, e eles têm toda a capacidade”, disse. “É um ministério com a cara do PT como todos os anteriores, embora seja um ministério de coalizão”, completou.
Piso dos professores é reajustado em 13,01% e passa para R$ 1.917,78
O Ministério da Educação (MEC) anunciou um aumento de 13,01% no piso salarial do magistério. Com o reajuste, o salário inicial dos professores passará para R$ 1.917,78 a partir deste mês. O cálculo está previsto na Lei do Piso (Lei 11.738/08), que vincula o aumento ao percentual de crescimento do valor anual mínimo por aluno, referente aos anos iniciais do ensino fundamental urbano. O novo Piso foi divulgado na terça-feira (6).
Para o deputado Antônio Carlos Biffi (PT-MS), o reajuste do piso salarial é mais uma demonstração do esforço do governo federal para melhorar a vida dos professores. “A luta pelo piso é histórica para os professores, que são mais de dois milhões de profissionais espalhados pela rede pública de todo o País. E ainda que não seja o valor dos nossos sonhos, é muito melhor do que aquele que tínhamos há alguns anos, e acredito que os professores reconhecem isso”, destacou Biffi.
O parlamentar afirmou ainda que os professores devem continuar sendo valorizados nos próximos anos, “a julgar pela ênfase que o governo federal deve dar ao setor, ao adotar o slogan Brasil-Pátria Educadora”.
O novo montante é relativo ao salário inicial dos professores de escola pública, com formação de nível médio e jornada de trabalho de 40 horas semanais.
Segundo o MEC, nos últimos dias, o ministro Cid Gomes se reuniu com representantes do Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed), da União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime) e da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE).
De acordo com a lei, a correção do piso reflete a variação ocorrida no valor anual mínimo por aluno, definido nacionalmente pelo Fundeb.
O piso salarial subiu de R$ 950, em 2009, para R$ 1.024,67, em 2010, e R$ 1.187,14, em 2011, conforme números incluídos no site do MEC. Em 2012, o valor vigente era R$ 1.451. Em 2013, o piso passou para R$ 1.567 e em 2014 foi reajustado para R$ 1.697. O maior reajuste foi registrado em 2012, com 22,22%.
Acordo dos Brics para criação de banco e fundo de reservas passará pelo Senado
Ao retornarem do recesso parlamentar em fevereiro, senadores terão dois assuntos prioritários para votar: o acordo que cria o Banco do Brics, incumbido de fomentar políticas de desenvolvimento em infraestrutura nos cinco países que compõem o bloco (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), e o Tratado para o Estabelecimento do Arranjo Contingente de Reservas dos Brics, que cria um fundo com recursos de todos os membros para ser acessado pelos países do bloco em momentos de crise.
As mensagens presidenciais que comunicam ao Congresso Nacional o acordo e o tratado foram publicadas no Diário Oficial da União em 30 de dezembro último. O Banco do Brics terá capital inicial de US$ 50 bilhões, sendo US$ 10 bilhões em recursos e US$ 40 bilhões em garantias. O fundo de reservas terá capital inicial de US$ 100 bilhões com aporte de US$ 41 bilhões da China, US$ 18 bilhões de Brasil, Índia e Rússia, cada um, e US$ 5 bilhões da África do Sul. O acerto para criar o banco e o fundo ocorreu em julho do ano passado durante reunião em Fortaleza (CE).
“Com fundamento em princípios bancários sólidos, o Banco fortalecerá a cooperação entre nossos países e complementará os esforços de instituições financeiras multilaterais e regionais para o desenvolvimento global, contribuindo, assim, para nossos compromissos coletivos na consecução da meta de crescimento forte, sustentável e equilibrado”, ressaltaram os líderes dos Brics em um dos trechos da “Carta de Fortaleza”, lançada durante o encontro.
À época, a presidenta Dilma Rousseff ressaltou que o banco representa uma alternativa às necessidades de financiamento de infraestrutura nos países em desenvolvimento, compreendendo e compensando a insuficiência de crédito das principais instituições financeiras internacionais. “O Acordo Contingente de Reservas, com montante de US$ 100 bilhões, vai contribuir para que esse processo de volatilidade, enfrentado por diversas economias quando da saída dos Estados Unidos da política de expansão monetária, seja mais contido, mais administrado. [Isso] dá segurança, uma espécie de rede de proteção aos países do BRICS e aos demais”, disse.
Durante a reunião para a criação do banco e do fundo, ficou definido pelos representantes dos cinco países que Xangai (na China) será a sede do banco, e a Índia deterá a presidência inicial do conselho de administração. O Brasil indicará o segundo presidente dentro do revezamento acordado.
Os cinco países que formam o Brics se uniram para promover o desenvolvimento econômico e sustentável do grupo. O foco central do bloco é infraestrutura e desenvolvimento tecnológico, no pressuposto de que a capacitação nacional nessas duas atividades contribui decisivamente para a ampliação da competitividade econômica. A ideia é tornar cada um dos integrantes mais aptos à disputa de mercados internacionais, além de promover a intensificação dos negócios entre si. 
Novo medicamento promoverá revolução no tratamento contra hepatite C, afirma Chioro
Em maio de 2014 a deputada Maria Lucia Prandi (PT-SP) já havia destacado o esforço do Ministério da Saúde para trazer ao Brasil um novo remédio para o tratamento da Hepatite C. “Esse novo remédio já foi aprovado pela Organização Mundial de Saúde e pode trazer a cura em poucas semanas” explicou a deputada lembrando que em recente congresso na cidade de Londres os especialistas anunciaram cura para 90% dos casos.
Na terça-feira (6) a Anvisa liberou a venda e o uso de novo remédio contra a hepatite C: o declastavir. O novo medicamento é mais eficiente do que os disponíveis hoje no mercado e, combinado a outras duas substâncias, pode permitir a cura da doença em até 90% dos casos, enquanto os tratamentos atuais possuem perspectiva de cura de 40%. A previsão é que o remédio seja distribuído, gratuitamente, pelo SUS ainda em 2015.
Para o ministro da Saúde, Arthur Chioro, a distribuição gratuita do declastavir representa uma revolução para a saúde pública e transformará o Brasil em uma referência internacional no tratamento da hepatite C.
“Nós vamos viver uma revolução do tamanho que foi a introdução do coquetel para o tratamento da aids no Brasil, tanto pela diminuição do tempo de tratamento como pelo aumento da taxa de cura que sobe de 40% para 90%. Além disso, os efeitos colaterais são muito menos intensos, o que aumenta a adesão e a capacidade dos pacientes de permanecerem com a medicação”, afirmou Chioro, em entrevista ao Blog do Planalto.
Atualmente, no Brasil, 16 mil pessoas realizam o tratamento contra o vírus da hepatite C pelo SUS. Pelas estimativas do Ministério da Saúde, 30 mil pessoas passarão a ser beneficiadas por ano com o novo tratamento. Além disso, a nova medicação possibilitará a redução de custos com o tratamento individual dos pacientes, caindo dos atuais R$ 25 mil por usuário para aproximadamente R$ 17 mil.
Além de permitir a cura em até 90% dos casos, o declastavir provoca poucos efeitos colaterais nos pacientes e leva a cura em até três meses. Já os atuais medicamentos vendidos no País exigem tratamento prolongado – de até nove meses – além de causarem fortes reações adversas nos pacientes.
O declatavir também será o primeiro medicamento de combate à hepatite C de via oral distribuído no Brasil. Os atuais são todos injetáveis.
Outra vantagem é que o novo tratamento contra a hepatite C pode ser utilizado por pacientes com HIV positivo e por aqueles esperam ou realizaram transplantes, o que não é viável pelo tratamento existente.
Doença – A hepatite C é uma doença causada pelo vírus HCT transmitido pela transfusão de sangue contaminado e pelo uso compartilhado de seringas e objetos de higiene pessoal, como alicates de unha e lâminas de barbear, além de instrumentos usados em tatuagem e perfuração de piercings. O vírus também é transmitido sexualmente. A estimativa do Ministério da Saúde é que a doença atinja entre 1,4% e 1,7% dos brasileiros, a maioria acima de 45 anos de idade.
Governo compra sementes de agricultores familiares para gerar mais emprego e renda no campo
A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), por meio do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), começou nesta semana a adquirir sementes de produtores da agricultura familiar. A modalidade de compra atende a associações e cooperativas que possuem a Declaração de Aptidão ao Programa Nacional de Agricultura Familiar.
Em nota, o diretor de Política Agrícola e Informações da Conab, João Marcelo Intini, afirmou que a aquisição de sementes pelo PAA é importante para o aumento da produção agrícola e geração de renda da agricultura familiar.
A Conab adquire as sementes na medida em que o Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA), o Instituto Chico Mendes (ICMBio), as Fundações Nacional do Índio (FUNAI) e Cultural Palmares (FCP), além de governos estaduais, demandem a compra.
Anualmente, cada agricultor poderá vender até R$ 16 mil, e as cooperativas, até R$ 6 milhões. Em operações acima de R$ 500 mil, a compra será feita por meio de Chamada Pública.
Toda família agricultora que possua Declaração de Aptidão do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) terá o direito a receber as sementes. Terão prioridade as famílias inscritas no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal (CadÚnico) e beneficiários do Plano Brasil sem Miséria e da Política Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica (Planapo).
Sérgio Carneiro cobra retomada do julgamento de ação que proíbe contribuição eleitoral de empresas
O fim da contribuição de empresas privadas para partidos e candidatos em campanhas eleitorais é um dos temas mais polêmicos no debate sobre reforma do sistema político brasileiro. Para o Partido dos Trabalhadores (PT), esta é uma medida fundamental para diminuir a nefasta influência do poder econômico sobre a democracia e, ao mesmo tempo, coibir atos de corrupção envolvendo agentes públicos.
O deputado Sérgio Barradas Carneiro (PT-BA) é autor de um dos projetos de lei (PL 1275/07) pioneiros que propõem o financiamento público de campanha e engrossa a lista de vozes que pedem a retomada do julgamento, pelo Supremo Tribunal Federal (STF), da Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) nº 4650, proposta da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) para proibir a contribuição de empresas para campanhas eleitorais. O julgamento está parado desde abril passado, com o placar favorável ao pleito da OAB em 6 votos contra um, quando o ministro Gilmar Mendes pediu vistas.
“Todos os escândalos no Brasil terminam revelando que o dinheiro se destina ao financiamento das eleições. Seria importantíssimo, como pontapé inicial, em virtude da dificuldade do Congresso Nacional para realizar uma verdadeira reforma política, que o ministro Gilmar Mendes dê continuidade ao julgamento da ADI proposta pela OAB, o que resultará na proibição do financiamento privado de campanhas. Desta forma, nós discutiríamos de uma forma objetiva a adoção do financiamento público de campanha, que, na verdade, já existe através dos fundos partidários. O que precisamos é destinar de forma clara e transparente esses recursos para as candidaturas dos partidos”, argumenta Carneiro.
O parlamentar baiano, que foi o relator inicial do novo Código de Processo Civil (CPC) na Câmara, entre 2011 e 2012, também defende o mandato de cinco anos e a coincidência de eleições, além do voto distrital, posição minoritária dentro do PT, que é favorável ao voto em lista. 

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