quinta-feira, 15 de janeiro de 2015

IDEOLOGIAS FASCISTAS MASCARADAS DE SEITAS RELIGIOSAS:
TÁTICAS DE SOBREVIVÊNCIA DO CAPITALISMO?
UMA LEITURA ESSENCIAL
PARA COMPREENDERMOS A QUESTÃO MUÇULMANA E O TERRORISMO
(Tradução ligeira e resumo comentado por mim do artigo Takfiris threaten Islam - and the world , escrito pelo jornalista Kevin Barrett)
O Islã é uma religião que de modo semelhante a outras religiões prega moderação e inclusão. Hoje, ele é ameaçado por uma ideologia Takfiri do extremismo, alimentada por fanáticos.
Os Takfiris executam cristãos e muçulmanos. Eles parecem vir sofrendo uma lavagem cerebral para odiar alguém que não pensa exatamente como eles pensam.
E por outro lado, encontram respaldo na indignação dos muçulmanos em geral contra às genocidas intervenções bélicas dos EUA e seus aliados, no Oriente Médio e Norte da África.
A Arábia Saudita, principal patrocinador do mundo de extremistas takfiri, e seu aliado Israel, estão ambos em pânico. Os sauditas estão lançando um último esforço para salvar seus mercenários sírios (fanáticos da ideologia takfiri) jogando seis bilhões de dólares para eles.
Os israelenses, por sua vez, estão pressionando o governo dos Estados Unidos para apoiar o esforço da Arábia Saudita para salvar os " insurgentes sírios" , fabricados pela CIA (que seguem a ideologia takfiri) e foram presos e condenados, pelo governo sírio.
Os "insurgentes sírios", criação dos Estados Unidos com um "little help do Estado de Israel e os seus aliados, estão divididos entre aqueles comprados e pagos pelos sauditas e israelenses, contra aqueles mais diretamente comprometidos com alguma versão do interesse nacional dos Estados Unidos. O último grupo está ficando cada vez mais farto de Takfiris e fanatismo sionista.
Takfirismo, como sionismo são ideologias fascistas eivadas de raiva e de agressão e exclusão. Tanto os Takfiris quanto os sionistas se definem por excluir e odiar "o outro". Takfiris excluem e odeiam todos os não-Takfiris. Sionistas tentam excluir todos os nativos não-judeus da Palestina a partir de seu "estado judeu", e odeiam todos os que divergem da ortodoxia sionista. Tanto os Takfiris como os sionistas são agressivamente expansionistas.
O sonho dos Takfiris é assumir toda a Ummah (nação islâmica) pela força. Os sionistas continuam invadindo mais e mais terras como eles sonham: querem "anexar" todas as terras entre os rios Nilo e Eufrates.
Da mesma forma que o sonho dos sionistas é o de uma limpeza étnica final dos palestinos, o sonho dos Takfiris é de de uma limpeza religiosa final, eliminando-se os não Takfiris.
Esses sonhos enlouquecidos são pesadelos para o mundo inteiro.
Os Takfiris, que se apresentam como muçulmanos radicais, são uma ameaça para o Islã e para os não islâmicos.
O Islã sempre prosperou pela sua abrangência, sua razoabilidade, e sua capacidade de forjar coalizões. Desde os primeiros dias, quando o Profeta e seus companheiros criaram a Constituição de Medina e alianças forjadas com uma grande variedade de tribos de diferentes religiões, o Islã sempre incluiu um lugar respeitado para o "outro" dentro do sistema islâmico religioso e étnico. A maioria das sociedades muçulmanas sempre protegeram minorias não-muçulmanas e respeitaram o pluralismo entre as escolas legais do Islã.
Durante o auge do Império Otomano, milhares de judeus e cristãos fugiram da Europa para as terras muçulmanas para escapar da perseguição religiosa. Andaluzia (Espanha islâmica) foi ainda mais pluralista e tolerante do que o Império Otomano - e, em muitos aspectos, mais tolerante do que qualquer sociedade moderna, como Maria Menocal explica em seu livro "O ornamento do Mundo: Como muçulmanos, judeus e cristãos criaram uma cultura de tolerância na Espanha medieval."
Um dos grupos nacionalistas tribais favoritos dos europeus era os wahabitas da Arábia - os precursores do Takfiris de hoje. A partir do final do século 18, os imperialistas britânicos incentivaram uma aliança entre os wahabitas e os da Casa de Saud.
Os britânicos ficaram encantados quando fanáticos wahabitas massacraram o povo de Karbala em 1802, o que provocou o conflito dentro da Casa do Islã. E tiveram grande contentamento em ver os wahabitas e seus patronos sauditas se tornarem um espinho permanente no lado dos otomanos.
Hoje, o Islã como religião está crescendo, em todo mundo. Estrategistas da linha dura sionista, inspirados pela orientalista Bernard Lewis, estão lutando uma batalha de retaguarda para bloquear o ressurgimento islâmico e preservar e expandir o império sionista.
Mais uma vez, o Takfiris e seus patrocinadores sauditas estão fazendo o trabalho sujo dos imperialistas.
Como a facção sionista dominante do Ocidente continua a incentivar o aumento dos Takfiris na Arábia Saudita, vozes dissidentes apontam um potencial para um "blowback". (um curto-circuito ou um tiro que saiu pela culatra).
Estes especialistas em política externa realista argumentam que os Takfiris e seus aliados sionistas radicais estão fora de controle e prejudicando os "negócios".
Esses realistas conseguiram fazer com que os EUA parassem de bombardear a Síria. E conseguiram chegar a um acordo nuclear preliminar com o Irã, apesar da oposição da facção sionista. Se eles vão conseguir controlar os extremistas ou não, isso é algo que só o futuro dirá.
Se a maioria dos muçulmanos puder regressar às suas tradições de inclusão, tolerância e construção de coalizões, e evitar as tentações takfiri de extremismo e de obscurantismo, evitará que a distorção Takfiri, aliada ao Sionismo e a forças do imperialismo toquem fogo no mundo.
O problema é que por trás de tudo isso, imperiosa, está a questão da economia capitalista. Em crise profunda.

Nenhum comentário:

Postar um comentário